Saturday, March 17, 2012

Mesa 2 do FLM

11h35: O Festival prossegue daqui a 15 minutos com a mesa 3.

11h34: A moderador fecha a sessão, sintetizando as ideias principais.

11h32: Prestar atenção também ao nome do autor, que é a obra que tem atrás dele. No fundo, é pesar várias coisas. Pôr-me no lugar de comprador de livros e ver o que compraria.

11h31: Patrícia Reis pergunta a Eduardo Pitta que critérios usa na sua crítica. Resposta: equilíbrio entre o meu gosto pessoal e editorialmente importante. Se uma grande tradução, por exemplo, é publicada em Portugal, não se pode esquecer esse livro. E os autores portugueses não podem ficar esquecidos.

11h29: Antes do 25 de Abril havia programa fantástico, do Vitorino Nemésio. Se calhar precisamos de um comunicador do género José Hermano Saraiva que, em vez falar de castelos, fale de livros.

11h28: Fala Eduardo Pitta. Às vezes, na televisão, falamos com pessoas que não fazem a mínima ideia que não sabem o que eu escrevi.

11h26: Nós nunca sabemos o que interessa às pessoas. O Hermínio da Assírio quando publicou os poemas de Santa Teresa de Ávila tinha muitas dúvidas. Mas vendeu imenso, o que era difícil de prever. Se fosse tudo previsível isto não tinha tanta piada.

11h23: Pergunta de Fernando Pinto do Amaral. A televisão vai atrás do que era conhecido. Quando foi lançado um livro sobre a minha mãe, uma pessoa muito conhecida na sua época, fui a todas as televisões. Mas e os outros livros?

11h22: Já ninguém quer ouvir debates de política, prossegue ainda Inês Pedrosa. A literatura fala do drama da existência.

11h21: Escritores que não querem leitores, cineastas que não querem espectadores. Isso é quase a caricatura.

11h20: A televisão, os políticos usam-na, porque a dominam.

11h18: Inês Pedrosa pergunta a Júlio Magalhães: Quantos autores tentaste levar à televisão do Marcelo Rebelo de Sousa e não conseguiste? Digo isto porque o Eduardo Prado Coelho passou anos a tentar vender programas de cultura à RTP e nunca conseguiu. E hoje o cenário não é muito diferente.

11h16: A televisão domina as pessoas, mas são as pessoas que têm de a dominar, diz Júlio Magalhães.

11h14: Conversa sobre livro e a televisão e audiências.

11h11: Ana Margarida Falcão pega na deixa e lembra o programa O Sofá Vermelho, que havia depois do telejornal. Um programa simples desse género seria muito bom. Uma coisa simples para uma grande diversidade de público.

11h10: As pessoas estão à distância de um click.

11h10: Às vezes os autores também se afastaram dos leitores.

11h09: Muito do sucesso dos meus livro tem a ver com a minha presença na televisão.

11h08: A TVI tem um slogan que é: uma televisão feita por si. Se fugimos da televisão, ela fica nas mãos de quem procura 15 minutos de glória. O divórcio entre literatura e escola e literatura e televisão tem sido prejudicial para todos.

11h07: Não podemos fugir da televisão. É preciso saber usá-la. Claro que se pode argumentar com as audiências da RTP2.

11h05: Ontem, no grande espectáculo de poesia que vimos aqui, os poetas mostraram-se todos receosos. Dizia depois que não gostam de aparecer, dizer os seus poemas. Mas ficaram orgulhosos pelas suas prestações. Afinal, isto não é tão difícil.

11h04: É preciso saber usar a televisão. Os político são profissionais a usar a televisão, para passar mensagens. Outras áreas que não quiseram usar a televisão, talvez por medo.

11h03: A televisão acabou por destruir um pouco a crítica literária. A literatura não soube usar a televisão. A televisão não pode ser uma coisa para as pessoas como algo que tivesse lepra.

11h03: Nos livros também acontece porque caiu-se no erro de dar estrelas. Acabou a narrativa sobre os livros.

11h02: As pessoas desconfiam da crítica literária, porque durante muitos anos ela foi dirigida e fechada. Às vezes andam a contra-círculo. Quando dão más criticas, vende-se. E vice-versa. Nos livros e no cinema.

11h01: A crítica literária desapareceu um pouco. Dedica-se sobretudo a nichos. Fala para pessoas que já gostam de ler.

11h01: Continuo a achar que qualquer um pode escrever. É o instrumento mais democrático do mundo. Está ao alcance de todos. E entramos na livraria e temos total liberdade para escolher.

11h00: Li esse livro na escola. Mas hoje quantos alunos podem enumerar um livro que os tenha marcado na escola? Há um divórcio que é preciso resolver.

10h59: Não será o tempo que vai dizer quem ficará para a história, mas as pessoas. O primeiro livro que me marcou profundamente foi Os Esteiros, de Soeiro Pereira Gomes.

10h58: Portugal sempre foi pobre e sempre viveu em crise. Apenas fomos iludidos nos últimos anos. A nossa grande riqueza é a história e a cultura portuguesas, que temos esquecido na voragem material.

10h57: Eu não sou escritor, mas jornalista. Venho a estas coisas para aprender umas coisas também.

10h56: Entra em campo Júlio Magalhães.

10h55: Ana Margarida Falcão pede a palavra. Diz que o cânone pode ser visto de várias maneiras. Em Portugal, há quem considere do cânone só Camões e Pessoa. E quem em relação a outros autores não temos ainda o distanciamento.

10h51: Leitura de outro excerto.

10h50: A crítica ao longo da história criou seguramente muitas gripes das aves. Valorizou autores que não tinham essa importância.

10h48: Lê o excerto do livro intitulado A conquista da felicidade.

10h46: A crise às vezes também se deve ao foco que lhe damos. Ela não acaba se não pensarmos nela, mas se calhar não precisamos de lhe prestar tanta atenção.

10h46: Afonso Cruz pede ajuda ao livro de Paul Watzlawick, A Realidade é Real?, para continuar.

10h45: Tanto na crise, como na crítica, tudo tem a ver com a percepção.

10h44: Também na Madeira não são os viadutos que impressionam, mas por exemplo a artista Carla Cabral, uma das melhores.

10h43: Se pensarmos em Espanha, o que nos vem à cabeça se calhar é o Cervantes ou o Picasso. A riqueza é mais essa do que outra qualquer. Isto não invalida que haja crise.

10h42: O ano passado foi um grande festival, apesar de ter participado. Espero que este ano seja, apesar de eu participar outra vez.

10h42: A vez de Afonso Cruz.

10h41: O que esses novos poetas trouxeram foi uma nova linguagem.

10h40: Foram alguns poetas, como o Nuno Júdice ou Joaquim Manuel Magalhães, que obrigaram a uma nova perspectiva da poesia.

10h38: Se pensarmos quem era o cânone no dia 24 de abril de 1974 e dois anos depois, houve nomes que desapareceram. Porque o cânone corrigiu-se tanto, teve uma guinada ao centro, que deixou de lado autores de esquerda e não só.

10h38: Nos anos 60 houve muita influência do estruturalismo e dos poetas da Poesia 61. Depois do 25 de abril foi o tempo da crítica empenhada. Houve muita confusão. Até para instituir um novo cânone.

10h37: A partir de anos 50 a crítica literária deu um pulo. Deve-se a professores universitários, como Óscar Lopes.

10h36: A crítica literária em Portugal, sobretudo até à primeira metade do século XX, era feita por jornalistas. Aliás, a palavra certa é publicistas.

10h35: Associo sempre a actividade de escritor à de crítico, até porque em Portugal não dá para viver só da literatura.

10h35: Cada um tem a sua profissão e tem de dar sempre o máximo.

10h35: Um escritor é um profissional, como um médico ou calceteiro.

10h34: Dessacralizo completamento a literatura, embora seja a minha vida.

10h33: A bola passa para Eduardo Pitta. Agradecimentos aos organizadores.

10h32: Por mais lojas de hambúrgueres, haverá sempre um português a gostar do seu cozidinho.

10h31: A influência da crítica. É um tema que me parece que tem a ver com a globalização. Há sempre uma imposição geral. E uma reacção de uma pessoa ou grupo minoritário que quer manter a sua identidade.

10h30: A literatura talvez tenha sido sempre isso: um sobe e desce de valores, novos valores, nomes. Há imensa gente a escrever. E isso é uma enorme dificuldade de selecção.

10h28: O aproximar os autores do público, com humor e graça, é bom porque se dá a conhecer novos autores, como se tem feito neste festival. E também é bom para desmistificar o papel do escritor.

10h27: Pergunto-me também onde poderá um jovem encontrar referências a outros livros? Na livraria não encontra. Aí há best-sellers, grandes vendas. E as páginas nos jornais dedicadas à cultura são cada vez menos.

10h26: Mas ao mesmo tempo também me preocupa o facto de hoje os jovens que chegam às universidade não conhecerem o que se publicou antes de 1950. A crítica aí não cumpriu o seu papel.

10h25: Hoje isso nas universidade já é recusado. Há outros critérios.

10h24: Essa crítica acabou por influenciar, sobretudo no final do século XIX de influenciar o poder político e formar o cânone.

10h24: A crítica era exercida por muito intelectuais e escritores que levavam ao estabelecimento de um grupo quase fechado onde era impossível entrar.

10h23: A crítica foi - e não será ainda - responsável por uma sacralização da literatura.

10h22: Começa Ana Margarida Falcão.

10h20: Sartre dizia que a leitura é como um pião, só existe em movimento, cita a moderadora.

10h19: A moderadora lança as pistas do tema. Somo pobres? A crítica literária cumpre o seu papel? A importância da leitura.

10h18:



10h17: A moderadora apresenta os convidados.

10h15: Começa a sessão.

10h12: Notícia de última hora, fora festival: concretiza-se o negócio de compra da Assírio & Alvim por parte da Porto Editora.

10h12: Um compasso de espera até a sessão começar.

10h08: Participantes: Afonso Cruz, Ana Margarida Falcão, Eduardo Pitta, Júlio Magalhães e moderação de Ana Isabel Moniz.

10h07: Explicação do tema: Como a crítica literária (não) influencia os leitores, com pouco espaço na imprensa, com a queda de venda dos jornais, será que os críticos ainda funcionam como agências de notação literária?

10h07: Tema: Éramos poors e não sabíamos.

10h06: Voltamos a entrar em campo minuto a minuto para mais uma mesa, a segunda, do Festival Literário da Madeira.

10h06: Bom-dia.

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